Um fim de semana em Fukuoka

Essa semana eu dei uma sumida não é mesmo? Mas é que fui para Fukuoka!

Fukuoka é a maior cidade da ilha de Kyushu, localizado no sul do Japão. Kyushu é a região mais próxima do continente asiático, inclusive se você olhar no mapa vai perceber que Fukuoka fica muito mais perto da Coréia do Sul do que de Tokyo. A localização dela é extremamente prática e você facilmente consegue pegar um voo direto para outros países da Ásia.

Cidade portuária, próxima do continente, fácil acesso… pois é, enquanto isso são características positivas no período atual, no século XIII acabou sendo um problema. A região foi considerada uma porta de entrada para o país e acabou sendo alvo das invasões mongóis. Além disso, no período Edo (1603-1868), seu porto era o ponto de trocas comerciais com a Coréia. Por conta da constante exposição a outros países, Fukuoka tem uma cultura local bem particular. 

Foi interessante notar isso durante o nosso fim de semana em Fukuoka, tanto na comida – doces com base de ovos(castela) -, como na arquitetura – prédios com influência europeia – e na cerâmica (feitas com técnicas coreanas).

Fukuoka é um dos pontos iniciais da civilização japonesa, sendo que seu território já era ocupado desde o período Jomon (13 mil A.C. – 300 A.C.). Mas, também é a cidade com maior crescimento do Japão! Esse contraste vem aos olhos a todo momento, pois ao mesmo tempo que a cidade oferece diversos tesouros históricos – como templos, artesanatos, museus -, a região de Hakata (onde eu fiquei a maior parte do tempo) é extremamente moderna, com seus arranha-céus e vida noturna extremamente animada.

Quais lugares eu visitei?

No primeiro dia de viagem fui em dois santuários (xintoístas) e dois templos (budistas). Eu amo a arquitetura desses lugares e mesmo que não entenda tanto das religiões me sinto muito animada em visitar um novo sempre que possível.

De santuário eu visitei o Sumiyoshi e o Kushida. O primeiro protege os peregrinos, navegações e pescadores. Já o segundo é em homenagem aos deuses Amaterasu e Susano. Já os templos fui em busca dos Budas gigantes. No Nanzoin consegui ver a maior estátua de bronze e no Tocho-ji a maior de madeira do Japão!

No segundo dia fomos no Team Lab que agora está com tema de outono, com folhas “caindo”, foi muuuuito divertido, recomendo ir em qualquer Team Lab do Japão.

Aproveitando que ficava pertinho fui também na torre de Fukuoka e no píer! Como foi um dia bem gostoso de sol a vista estava incrível!! Eu amo uma praia hahah Também fui para o parque Ohori e andei de pedalinho!!

No último dia fui em outro santuário chamado Dazaifu Tenmangu que infelizmente estava cheio de excursões escolares então não deu para aproveitar muito. Mas era bem bonito, principalmente a parte do lago com uma ponte vermelhinha muito fofa! Também fui no Museu Nacional de Kyushu, que tem uma coleção incrível mostrando a história do Japão (do período Jômon ao período Edo) e a relação do país com o resto da Ásia.

Não era para esse blog ser de comida?

Pois bem, vamos falar sobre o que importa. 

Acho que na culinária é onde fica mais aparente o quão incrível é a cultura de Fukuoka. Tem alguns pratos que eu não experimentei, mas que são bem famosos, como o motsunabe – cozido de miúdos e vegetais -, o mizutaki – cozido de frango e legumes com mais de 100 anos de tradição- e o udon com tempurá de bardana. 

 Mas a cidade é famosa mesmo pelo seu ramen, mais conhecido como Hakata Ramen. Com um caldo de tonkotsu (caldo a base de osso de porco) e macarrão beem fininho, é um prato que qualquer turista deve experimentar! O que eu mais gostei é que eu podia escolher se eu queria o meu macarrão mais firme ou mais cozido, como a boa italiana que sou pedi o al dente e veio perfeito!! 

O que eu recomendo?

Apesar do ramen ser bem gostoso, acho que o que mais me agradou nesse fim de semana em Fukuoka foram mesmo os yatai, que são barracas de comida na rua – o famoso street food. Existem mais de 100 barracas espalhadas pela cidade servindo pratos como ramen, yakitori (espetinho de frango), gyoza e oden. 

Nas barraquinhas mais “turísticas”, você precisa pedir uma bebida e um prato por pessoa. Me senti meio roubada, até experimentar o oden, porque, juro, foi o melhor da minha vida! O caldo estava maravilhoso e definitivamente valeu a pena.

Nas barraquinhas mais tradicionais nós comemos uma sopa incrível! Ela tinha um caldo meio apimentado e gyoza e só de lembrar eu to salivando. Queria um potinho dela agora. Além disso, conheci uma mãe e filha de Kobe que ficaram a noite inteira conversando com a gente, foi muito divertido! 

Além disso os wagashi são incríveis!!! A gente comeu taaaantos maravilhosos. Teve daifuku de mikan, o mochi estava perfeitooo e puxentinho como eu gosto. Também comemos umegaemochi, que é um mochi grelhado, servido quentinho para você na hora. Por fim tem o famoso omiyage (lembrancinha): hiato torimon, um manju recheado de pasta de feijão branco, leite condensado e manteiga, tem gosto de leite condensado cozido e estou completamente apaixonada por esse doce.